Um recanto onde os sonhos naum estão guardados, mas sim espalhados, jogados por todos lados. Aqui vocÊs encontram meus

RE-TA-LH-OS!!!

terça-feira, junho 01, 2010

Hoje eu parei para ouvir a cidade, passava por pessoas estranhas nas ruas, pessoas sem rostos, em suas faces era apenas visível as orbitas vazias onde não era perceptível a presença de olhos, os carros passavam, os transeuntes se esbarravam e eu não ouvia, nem via nada, só sentia as dores presentes em cada esquina. Sentia ressentimento de namorados traídos, a amargura dos bêbados jogados nas calçadas, a ânsia dos tarados por um sexo selvagem e sujo, o nojo das putas que se entregam a homens sujos de um fedor insuportável, elas só queriam que tudo acabasse rápido, e eu também.

Eu via em todos esses seres noturnos um pouco de mim, e ao observar esses barulhos que iam se tornando cada vez mais inaudíveis, ia me acalmando mais, no entanto o vazio provocado pela sua ausência ia se tornando cada vez maior, me corroendo mais e mais por dentro, o meu estômago era uma enorme bola de neve, fria, molhado, e que aos poucos ia me dominando e tirando o restante do calor presente no meu corpo. Um frio arrebatador me levou aos meus últimos instantes de consciência e um clarão, provocado por um relâmpago da chuva que insistia em cair, eu pude notar o toque gélido da morte invadir o meu ser, e levar-me de encontro ao meu amado, senti medo de partir e deixar todos que amava naquele lugar, mas no mesmo instante o calor que ainda emanava daquele casca que a poucos minutos pertencia ao ser mais importante da terra me nutriu com a força necessária para que eu pudesse ir ao seu encontro, foi neste momento que me agarrei a senhora da vida e segui em caminhada ao seu reencontro.

Renato Souza

31-05-2010

22:00h

terça-feira, maio 25, 2010

Você tem de viver como se fosse o único...

Cada segundo lhe escapa dos dedos, assim como a água lhe escapa dos olhos, lágrimas são salgadas, mas o tempo livre é doce... Sinta suas dores com todo cuidado, pois o que resulta delas é único e nunca se sabe o que vêem por aí. Por isso mais uma vez eu digo: “Você tem de viver como se fosse o único...”

Aí você me pergunta: “Mas que ‘único’?”

Eu respondo: “O único! Pode ser qualquer único... O único gole, o único beijo, o único homem, o único amor, o único desejo... Desde que seja O ÚNICO!”

Você deve estar se perguntando: “e a única?”, mas antes que você venha a verbalizar esta pergunta eu lhe digo: “A única já foi, já era, é passado que não volta mais... Cansei da única fudida, cansei da única tragada, da única mulher, da única vida mesquinha, sem sentido e moral...

Cansei de retalhar desejos em pedras lisas, minhas marcas agora serão deixadas na pele, assim os olhos por onde correm as lágrimas resultantes de dores, verão as marcas que pelas mesmas foram deixadas, toda mulher que me deixar, todo homem que eu abandonar ficará marcado em minha pele, para que assim eu não esqueça que tudo passa, no entanto se as marcas forem profundas, poderão ser vista a qualquer instante basta apenas que eu retire dos meus olhos as lágrimas que me impedem de enxergar, não deixando de lembrar que a qualquer instante eu ainda posso tocá-las...

Renato Souza