Um recanto onde os sonhos naum estão guardados, mas sim espalhados, jogados por todos lados. Aqui vocÊs encontram meus

RE-TA-LH-OS!!!

quarta-feira, dezembro 23, 2009

No meu quarto, você encontra:

Um recanto onde os sonhos naum estão guardados, mas sim espalhados, jogados por todos os lados. Livros que funcionam como base inspiradora para meus desejos, receios, medos... Um lugar onde a vida acontece sem pressa, apenas EU e ELA... Meu computador onde tem filme pornô(=D), ah tem também fotos de vovô, cartas de amor sequidas de filmes de terror, lembranças embrulhadas em papel de presente prontas para serem abertas. Lembranças tantas que não cabem mais no meu quarto e se espalham pela sala, cozinha, ou seja, toda a casa... Tem também fotos dos meus amigos e uma caixinha vazia com os dizeres: INIMIGOS AQUI!

Um mundo perdido... Um mundo de sonhos... Um mundo onde um homem, volta a ser criança...

Renato Souza

Adaptado do meu orkut para o blog em 23-12-2009

segunda-feira, dezembro 21, 2009

Eu sou as cinzas da noite.

Eu sou as brasas do dia.

Eu sou o blefe do cego.

Eu sou a espada do surdo,

Não deixando de ser a palavra do mu(n)do.

A loucura que corre nas minhas veias é sadia e sã,

É o leite materno do meu coração órfão de razão,

É a puta do tarado que nunca comeu uma buceta.

É a imundice das ruas em noite de lua cheia.


Renato Souza

10-11-2009

sábado, dezembro 19, 2009

Lágrimas do medo

Ontem à noite eu senti medo. Estava deitado pensando então veio o medo. Eu não queria aceitar a palavra, empurrava-a para longe do cérebro, mas ela voltava a se impor, eu estava tão fraco que não conseguia mais lutar. Vinha o medo frio, vinha o medo lento. Então eu chorei pela primeira vez, eu sabia que eram lágrimas pelo gosto de sal que elas deixavam na minha boca. Primeiro uma carícia brincando nos tornozelos, leve arrepio subindo pelas pernas, arrepiando as coxas. No ventre, solidificava-se feito compressa de carne mole, gelada. No peito apertava com se quisesse estancar o ritmo do coração, e na garganta implorava para ser transformado em grito. Um grito que quebrasse as paredes, que riam de mim, arrebentasse o teto, que me sufocava, como um cavalo selvagem. Mas junto vinha também o cansaço recolhido no fundo do corpo, recusando-se a atender ao pedido. Enfurecido o medo escalava o pescoço, fazia estalar a cabeça. Eu levava as mãos até as orelhas, apertava-as, sentia o liso frio das faces, implorava: não não não. Sem pausa, sem sentido, sem voz eu implorava como devem implorar os condenados à morte frente ao pelotão de fuzilamento. Sem empenho, porque jamais seria atendido. E de repente a dor cessou, pois minha irmã chegou, deitou-se ao meu lado, me abraçou e disse:

– Não tenha mais medo, não chore mais, eu estou aqui... E... Eu te amo!

Eu me encolhi devagarzinho e comecei, pela segunda vez, a chorar, mas não era um choro de tristeza era um choro de contentamento, era um choro de alegria, pois eu sabia que tinha alguém ao meu lado que sempre estaria comigo, alguém me amaria mesmo que eu ficasse na estrada, pois o amor que nos uni, nada pode separar, é o amor que somente duas almas reproduzidas no mesmo ventre podem sentir, o amor que dura mais que anos, dura a eternidade, o amor de irmãos do tempo.

sábado, dezembro 05, 2009

Máscara

Ultimamente eu tenho andado tão imaturo, não sei se imaturo seria a palavra certa. Talvez... Talvez, confuso. Isso confuso.

Sabe aqueles dias que você acorda, olha no espelho e diz:

– Quem é esta pessoa?

Só depois de u m certo tempo você percebe que esse sujeito de barba por fazer, dentes por escovar e banho a tomar não é ninguém mais que você. Isso você mesmo, aquele sujeito alegre, romântico, feliz. Neste momento você pensa:

– Mas se este é mesmo eu, por que será que não consigo me reconhecer?

– Talvez seja por causa da mascará! Diz uma voz que você também não sabe a quem pertence. Você se assusta com aquela voz, porém resolve continuar o diálogo. E então pergunta:

– Máscara? Mas que máscara? Eu não estou usando máscara. Estou? Você responde sem saber o porquê e pra quem. Neste momento uma pausa onde o silêncio impera, comanda, condena, e então você se dá conta de algo:

– Eu só sinto dor, muita dor.

– Exatamente, é exatamente isto, esse é você!

– Eu?

– Exato, você! Ou já se esqueceu que a dor é o único sentimento que não usa máscaras.

– Então quer dizer que está coisa que estou vendo defronte sou eu? O verdadeiro eu?

– Excelente. Enfim você chegou onde eu queria, todos os outros que você vê quando olha ao espelho também são você, mas este é o seu verdadeiro “eu”, sua face oculta, a face que poucas pessoas podem/conseguem ver/reconhecer. Como você percebeu foi difícil até para você mesmo conseguir se auto-visualizar. Mas não se preocupe não é sempre que você irá se visualizar assim, como eu já disse está é sua verdadeira forma, sua essência, a face sem a máscara e é apenas em momentos de muita dor, não a dor de um ferimento na carne, mas um ferimento na alma, que você conseguirá visualizá-la, pois sempre há no fundo de todos nós um nós, nos inflama e nos constrange criado em um cativeiro de sentimentos.

Esse eu, sou eu, não o eu pronome obliquo do caso reto, e sim o eu o verbo.


Renato Souza

24-11-2008