Ultimamente eu tenho andado tão imaturo, não sei se imaturo seria a palavra certa. Talvez... Talvez, confuso. Isso confuso.
Sabe aqueles dias que você acorda, olha no espelho e diz:
– Quem é esta pessoa?
Só depois de u m certo tempo você percebe que esse sujeito de barba por fazer, dentes por escovar e banho a tomar não é ninguém mais que você. Isso você mesmo, aquele sujeito alegre, romântico, feliz. Neste momento você pensa:
– Mas se este é mesmo eu, por que será que não consigo me reconhecer?
– Talvez seja por causa da mascará! Diz uma voz que você também não sabe a quem pertence. Você se assusta com aquela voz, porém resolve continuar o diálogo. E então pergunta:
– Máscara? Mas que máscara? Eu não estou usando máscara. Estou? Você responde sem saber o porquê e pra quem. Neste momento uma pausa onde o silêncio impera, comanda, condena, e então você se dá conta de algo:
– Eu só sinto dor, muita dor.
– Exatamente, é exatamente isto, esse é você!
– Eu?
– Exato, você! Ou já se esqueceu que a dor é o único sentimento que não usa máscaras.
– Então quer dizer que está coisa que estou vendo defronte sou eu? O verdadeiro eu?
– Excelente. Enfim você chegou onde eu queria, todos os outros que você vê quando olha ao espelho também são você, mas este é o seu verdadeiro “eu”, sua face oculta, a face que poucas pessoas podem/conseguem ver/reconhecer. Como você percebeu foi difícil até para você mesmo conseguir se auto-visualizar. Mas não se preocupe não é sempre que você irá se visualizar assim, como eu já disse está é sua verdadeira forma, sua essência, a face sem a máscara e é apenas em momentos de muita dor, não a dor de um ferimento na carne, mas um ferimento na alma, que você conseguirá visualizá-la, pois sempre há no fundo de todos nós um nós, nos inflama e nos constrange criado em um cativeiro de sentimentos.
Esse eu, sou eu, não o eu pronome obliquo do caso reto, e sim o eu o verbo.
Renato Souza
24-11-2008
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